sexta-feira, 15 de maio de 2015

SAUDADES DAQUELA CURITIBA.

Adoro Curitiba. É o lugar que me recebeu, quando ainda adolescente deixei Ponta Grossa, em busca de novos horizontes. Nela cresci, estudei, trabalhei, criei meus filhos. Continuo achando uma das melhores cidades do mundo, e como bom paranaense, a defendo em todos os lugares e instâncias. Muito embora, esteja há quase dez anos morando no litoral, sempre que possível vou até a querida Curitiba, para rever amigos e praticar velhos hábitos, como de andar à pé, pelo centro.. Adoro ver aquela diversidade de tipos meio assim assim que habitam a Rua das Flores. Costumo caminhar por vários lugares centrais e nem tanto. O fato de estar perto das pessoas, repositórios de tantas histórias, ambições, desejos,medos, anseios, me fascina. Sinto a energia circulando no ar. MAS, semana passada fiquei muito preocupado com o que vi e que passei. Caminhando pelas proximidades do Shopping Muller, ao retirar o telefone do bolso, acabei derrubando uma nota de cinco reais, companheira fiel do meu canivete, que sempre carrego pelas andanças. Ao tentar recolher a imensa quantia, ficou abordado de forma  ostensiva por um caminhante, com uma carinha de quem tinha tomado e quiçá fumado todas.E em tom ameaçador; -- " Põ larga do meu dinheiro aí".. Levei na brincadeira de início. E o a cara continuou: " Meu dinheiro aí", já mais incisivo. Até eu explicar que o dinheiro "dele" tinha caído do meu bolso, escutei um monte de resmungos impublicáveis e quem sabe até alguns elogios para a finada mamãe. Continuando minha marcha, percebi que perigosamente era observado por trás, por um vendedor de guarda chuvas, que teimosamente insistia em ficas às minhas costas, mesmo eu diminuindo a velocidade. De olho na minha bolsa  atravessada no peito. Tadinho, nem sabe ele que suas expectativas por piores que fossem não se aproximariam do conteúdo bolsa.. Vamos em frente, já próximo a Caixa econômica da rua Barão do Cerro, resolvi buscar uma verba para fazer companhia a solitária nota de cinco reais. Tive de enfrentar os pedidos, quase ordens dos pedintes estrategicamente dispostos em frente a porta da instituição que não está nem aí com a segurança de seus clientes, a despeito da monteira de taxas cobradas. Mais elogios pra mamãe, e lá vou eu em direção a gloriosa Rua das Flores. Já de cara, quase dentro de uma briga, entre um transeunte e um monte de maltrapilhos sedizentes Punks, ou coisa que o valha, que habitam a calçada próxima a C&A. Desde vez os elogios foram para a mãe do transeunte que passeava com seu cachorro. E haja grito e xingamento. Aliás xingamento foi o que presenciei, protagonizado por uma mocinha bonita que encontrei na saída de uma farmácia. Após atirar algum produto contra o inofensivo caixa, e mandar enfiar o dito cujo produto num lugar inconfessável e que certamente não o  comportaria, saiu ditando rezas impublicáveis. Sua aparência  não com condizia com sua educação. E lá vou pela XV, como é chamada pelos mais tradicionais ( Rua das Flores me soa me assim, assim), e após parar em uma banquinha de doces -- outro  hábito que aprecio---, quase fui atropelado por um ladrão seguido pela multidão que aos gritos, elogiava outra genitora.  Ufa, parece que estou desacostumado com tanta emoção. Dia seguinte, ao ir embora, mais um pequeno exemplo de como as coisas andam pela minha querida Curitiba. Pedintes, digamos assim moradores de uma marquise de uma igreja, na rua João Negrão, quase me avançaram em pleno meio dia, para conseguir algum trocado. E tome elogios para a mamãe. Durante breve reflexão sobre os acontecimentos, acrescento:   jovens, senhoras  idosos ( dentre os quais me incluo), além disso tudo são sistematicamente abordados por vendedores de tudo, no meio da rua, inclusive com contatos físicos que beiram a libidinagem. Ai que saudades da Curitiba que eu conhecia. A de hoje me parece menos interessante, ainda que continue uma linda cidade.

Nenhum comentário: