ATÉ QUE ENFIM I

Mesmo que as testemunhas naquele momento não estivessem muito seguras em relação as providências que seriam tomadas em relação ao causador do desastre ( prefiro esta expressão a acidente, por ser mais adequada), os depoimentos começaram a ser tomadas. Lembro-me com clareza, que antes disso, um cheiro café recém coado invadiu o ambiente, obra e graça de uma graça de moça que trabalhava como auxiliar de serviços gerais, e que certamente estava ali por circunstâncias da vida. E o digo, por que entre tantos graduados que trabalhei, encontrei poucos com a inteligência e o discernimento daquela, que naquele momento passou muito mais a atuar com conselheira e a acalmar as testemunhas e outros envolvidos no episódio. Tomara Deus, tenha ela encontrado sua verdadeira vocação. O primeiro a se manifestar oficialmente foi Isaias Caetano Bezerra, motorista de táxi. Homem de poucas letras, e muita firmeza. Descreveu com minúcias o acidente. Segundo ele, estava do lado de fora de seu veículo, quando viu a camionete em alta velocidade. Disse que escutou o "assobio" do motor, caracteristíco do turbo.Logo a seguir, passou com o sinal vermelho, e acertou em cheio o Astra. Descreveu com emoção os momentos que se seguiram e que foi de socorro as vítimas. Tal socorro foi feito por ele, e por outros dois motoristas que estavam parados no sinaleiro e que foram ultrapassados pela camionete. A prioridade dos ocupantes da camionete foram os telefones celulares. Latas de bebidas e garrafas de uisque caídos da camionete, desapareceram durante o atendimento. Logo a confusão se estabeleceu. Várias viaturas de polícia, do Siate e curiosos. Também uma outra conduzindo um senhor que ele reconheceu como " o Requião". Este circulou livremente pelo local exclusivo dos policiais, Conversou com eles, com os integrantes do Siate, e foi embora com uns rapazes.Tudo isso dito com a maior naturalidade.Mesmo assim, ainda duvidava de algo pudesse ser feito. E dizia isso, baseado no vira no local. Mais tarde eu conto, o que tentaram fazer com esta testemunha em juízo. Até o juiz disse que ele foi " apertado" pela defesa. Imaginem. Tentaram de todas as formas desqualificar a testemunha. Oportunamente conto detalhes. Depois dele, Lizandra e seu acompanhante. Igualmente firmes e corajosos. Relataram estar parados no sinaleiro, quando viram pelo espelho retrovisor esquerdo, uma camionete em alta velocidade. Passou pela esquerda, rente a calçada, e depois de arrancar o retrovisor do Fiat dela, pegou em cheio o Astra que vinha pela Rua Tibagi, capotando em seguida. Preocupou-se em socorrer as vítimas, juntamente com o taxista. Os causadores não foram tão prestativos neste quesito. E lá pelas tantas, aparece aquele delegado geral, a quem já me referi anteriormente. Aquele preocupado com a aposentadoria tranquila. Engraçado até hoje não se aposentou. Continua agarrado em uma funçãozinha gratificada, mesma que suas atuais atividades não se coadunem com sua classe ( funcional). Estava ele preocupado com a burocracia. "E os depoimentos são foram tomados?" " E os relatórios já foram feitos". " A chefia quer saber". Ninguém, absolutamente ninguém preocupado com o resultado do evento, ou o seu causador. Apenas com a repercussão política. E eu, como sou louco ( assim muitos dizem), mas não sou burro( nem tantos dizem), e conheço os atalhos, já estava com os famosos informes em mão. Satisfeito, foi embora cheio de informações que pareciam ser mais importante para sua manutenção no cargo, do que para a apuração .............. Amanhã eu conto mais.