Hoje, praticamente todos os meios
de comunicação, não se cansam de falar a respeito dos políticos e da crise
moral que assola o país. Os delatores conversando com os juízes e promotores
com uma naturalidade, e com uma empáfia que nos faz pensar como agiam quando
libertos, e com uma conta vultosa para distribuir benesses para os seus
comparsas.
E digo comparsas sem medo de
errar. É só ver comportamento dos políticos, e imaginar o que fazem nas veredas
e nos becos escuros dessa vida. Nos menos escuros também. Menos escuros e mais
escusos. Estão fazendo às claras, como num bang bang das antigas. Promessas de
entregas recíprocas, como se isso fosse bonito. “Se você me entregar, também te
entrego”, ”“ Se cair, vou cair atirando”, e outras porcarias do gênero. Ninguém
mais se respeita naquele contexto, todos parecem ter admitido que são culpados,
e que isso é uma coisa puramente circunstancial. Onde já se viu, alguém ter de
pagar para os políticos que os colocaram em cargos de chefia? Então sabiam que
iriam lá para roubar, e mesmo assim foram. Pilharam o Brasil. Só se fala em
milhões e não raramente em bilhões. Real ficou fora de moda. O negócio é dólar e
euros. Que coisa maluca.E os políticos que escolhem a dedo seus comparsas para
os cargos diretivos, preferencialmente aqueles que tem mais habilidade não para
gerir o bem público, mas sim para digerir ( comer, engolir) o bem público.
Por outro lado, se olharmos para
o dia a dia, ficamos igualmente decepcionados com as pessoas ditas comuns. É um
tal de toma lá, da cá. De enganação, de apropriação de coisas alheias, de
enganar o guarda, de passar com o sinal fechado, de estacionar onde não pode.
De privilegiar a questão financeira sobre qualquer outra, isto é, venha a mim,
e você que se exploda. É empregado logrando patrão, é patrão metido a sério, só
pensando em lucrar com seus funcionários, ainda que os coloque em má situação,
mesmo sendo nos finais de semana companheiro de festinhas e churrascos. São os
alunos tentando enganar os professores, são professores fingindo que ensinam e
as escolas fingindo que os pagam dignamente. São os motoristas que dirigem que
nem uns malucos, fazendo de conta que não veem os demais motoristas, e que de
qualquer forma querem levar vantagem. São irmãos fugindo de seus irmãos, com
medo de ter de ajudá-los. São traições de homens, de mulheres, de filhos de
mães, de ditos amigos. São os mercados subindo preços, quando faltam
mercadorias, porque os produtores também sobem, e enfim o consumidor que se
ferre. São policiais, juízes, promotores, desembargadores, fiscais e outros que
tais, que se ajeitam como pode. São mecânicos enganando incautas consumidoras,
trocando “rebimbelas e parafusetas” de veículos que há muito tempo deixaram de
tê-las. São cartórios cobrando para “reconhecer firma”, e para distribuir ações
no fórum, cobrando apenas por carimbar uma capa de autuação e encaminhar para
uma Vara qualquer. Hoje, parece que está mais moderno. Estão cobrando por
distribuição virtual. Têm veterinárias enchendo vira-latas de antibióticos, e
de rações mais cara do que picanha. E por coincidência de um laboratório que
lhe oferece “bônus anuais”. Médicos e dentistas não estão muito longe, com
relação à indicação de laboratórios. Lojas de armas vendendo munição sem
qualquer controle. Psicólogos malucos aplicando testes psicotécnicos para
portes de arma, e carteira de motorista. Candidatos comendo comida de boteco,
só antes das eleições. Reuniões de todos os tipos, sob todos os nomes, mas de
verdade campanha eleitoral extemporânea. Construções irregulares em todos os
lugares, abençoadas por alvarás concedidos, em troca de alguma vantagem. E
assim vai. Vamos parar por aqui, deixando espaço para a colaboração dos amigos.
Já que estamos em época de delação premiada, convoco a listarem atitudes
cotidianas e que nos mostram exatamente para onde estamos indo, apenas a titulo
de brincadeira, por que parece que não será nessa geração que conseguiremos dar
um basta a isso tudo. Porém, aptemos que começar a mobilização, nem que comecemos parando de dar aquela famosa
desculpinha: “ Me ligou, não vi. Nossa
meu telefone tá uma droga. Essa Tim é f.....”
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