quinta-feira, 28 de agosto de 2014

FRACASSO DO ENSINAMENTO DAS REGRAS DE TRÂNSITO (OU PORQUE MORRE TANTA GENTE EM ACIDENTES.).



Dentre minhas atividades profissionais, trabalhei por algum tempo na Delegacia de Delitos de Trânsito, em Curitiba. Imaginei, que depois de ter visto tanta desgraça, tiros, facadas, foiçadas, machadadas, nada mais me abalaria. No entanto, estava enganado, e muito enganado. Ali sim, vi coisas inimagináveis, resultados desastrosos de direção sem responsabilidade. Mortos, feridos, inválidos, famílias destruídas, quase sempre por conta de acidentes, causadas invariavelmente por motoristas embriagados e dirigindo em alta velocidade, e sem qualquer cuidado, ou preocupação em causar um resultado desastroso. Decorrido já algum tempo da minha aposentadoria, esse tipo de preocupação sempre me assaltou, tendo em vista que diariamente temos visto exemplos de como não se comportar ao volante.
Esses dias, no entanto, a situação foi vivida mais intensamente. Por força de falecimento de pessoa da família, fui até Ponta Grossa. O horário da viagem, entre onze da manhã e três da tarde, pareceu-me ser tranquilo, pois imaginei que a maioria do pessoal estivesse almoçando, ou recém-saídos do almoço, e na paz. Enganei-me profundamente. Os caminhões, principalmente os famigerados bi-trens andando em velocidade absurda, obrigado a veículos menores saírem da frente. [Parece brincadeira, mas os caminhos, talvez embalados pelo peso de sua carga, andavam em velocidade impressionante, não diminuindo por nada, nem por conta dos redutores de velocidades, para onde] éramos empurrados, e obrigados a passar em velocidade excessiva. Até para sair da frente deles, e dar passagem era difícil. Os automóveis mais novos e potentes --- fabricados com essa potência não sei exatamente porque, pois a velocidade máxima nas estradas é de 110KM ---  não conseguem andar abaixo dessa velocidade, sequer dentro dos perímetros urbanos. Ultrapassam pela direita, em cima de lombadas, na lombada eletrônica, enfim onde possam imaginar. Parece ser um menosprezo para esses motoristas, ter de ficar atrás de um carro menos potente, e que circunstancialmente está a sua frente. Dão sinal de luz, de pisca e tocam em cima, ainda que te ultrapassem e fiquem na tua frente atrás daquele caminhão que justamente estava impedindo da gente ter dado passagem. Não vi nenhum veículo, entre Pontal do Paraná e Ponta Grossa, andar dentro dos limites de velocidade. Eu disse nenhum. Aqui nas nossas Prs, ocorre exatamente a mesma coisa. Pergunto então? Culpa da fiscalização, ou da falta dela; falta de maior rigor na aplicação das penalidades?. Creio que não, parece simplesmente que todos os ensinamentos do CTB, são simplesmente ignorados. Ninguém se preocupa em dirigir com responsabilidade. Ninguém quer ficar para trás. Todo mundo quer levar vantagem em tudo, inclusive no trânsito. Creio, eu então, humildemente que devemos orientar e educar as novas gerações, e rezar para não ser atropelado ou esmagado por um desses irresponsáveis, porque os motoristas atuais, não devem nem ter ouvido falar do Código de Trânsito Brasileiro. A esses resta-nos desejar boa viagem, de preferência bem longe da gente. E, pensar numa nova maneira de educar os novos motoristas, pois esse sistema atual foi atropelado e largado sem assistência há muito tempo...

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